"O componente primeiro no trabalho de Mauricio Takiguthi é o drama existencial do homem, impresso em estética teatral de depurada qualidade técnica. Como retratista do drama universal humano, o artista busca extrair do ser o que de mais visceral a arte da representação plástica pode representar, deixando seus personagens à mercê dos próprios conflitos, como que a sugerir a identificação do espectador, ora de forma lírica, ora na expressiva maneira abissal das paixões."
(trecho da crítica de Jorge Anthonio e Silva - APCA)
(...) legado dos Velhos Mestres (...)
(...) ensino dos fundamentos (...)
Espaço de ensino dos fundamentos do desenho e da pintura da Escola Realista.
O conceito do desenho gestual é registrar, via sensação, a pose, o gesto ou o movimento das figuras sem recorrer ao contorno externo da forma tridimensional. Representa um instrumento importante para capturar, extrair, a essência visual dos objetos e estrategicamente pode servir como abordagem de aproximação visual do problema a ser resolvido.
A série “Sencientes” tem como tema a representação dos tipos humanos e o registro de suas sensações, que habitam emocionalmente um lugar entre a vida e a morte: uma espécie de limbo espiritual onde o reino das palavras não subsiste. Por meio de seus gestos e olhares, esses personagens podem apontar para os nossos próprios medos, abismos e dilemas, defrontando-nos incomodamente com aquilo que há de mais recôndito, a percepção interna da natureza humana e seus estados de espírito.
No óleo, alia-se toda a base anterior aos estudos dos sistemas técnicos de construção dos velhos mestres e pintores americanos da atualidade.
Com o uso do pastel seco colorido, são abordadas a análise e a estruturação das bases de cor, o conceito de sobreposição opaca sem retoque e os sistemas de camada.
O ateliê promove sessões livres de modelo vivo aos seus alunos com o intuito de desenvolver a experiência com a figura tridimensional, tanto para aplicar os conhecimentos técnicos de construção tratados em aula quanto para incentivar o uso livre dos diversos materiais e abordagens.
A proposta do curso é introduzir uma prática pictórica norteada por uma nova sistemática de análise teórica e técnica.
Por meio da apreensão dos fundamentos do realismo e dos sistemas técnicos de construção, o aluno, longe de aprender meramente a fazer “coisas”, aprende a pensar o que faz.
A técnica, entendida como instrumento que possibilita a articulação entre concepção e execução, torna-se parte integrante do processo e pré-requisito essencial para a expressão.
Grandes mestres foram invariavelmente grandes técnicos, nesse sentido. Transformaram a pintura e o desenho em um campo específico do conhecimento.
Sob a premissa de que só há controle sobre aquilo que compreendemos, no realismo, compreender o que se vê é sinônimo de domínio técnico do desenho e da pintura.
Aprender a desenhar é aprender a ver, em profundidade, relações, de planos de cor e de luz.
Aprender a pintar é resolver problemas técnicos e estéticos orientados por diretrizes conceituais.
Reflexão, aperfeiçoamento, liberdade com precisão, busca de si mesmo e expressão dessa busca configuram-se como referências de atuação dentro da lógica do caminho dos velhos mestres.